sábado, 14 de janeiro de 2006

Muy estimados conterrâneos!
A minha primeira sexta-feira deste novo ano na minha terra!
Ai que bom!
De facto a noite começou muito bem, estar rodeado de pessoas que gostamos, mesmo num ambiente adverso, é sempre bom.
Falo em ambiente adverso porque esta noite, para não variar, alguns dos famigerados energúmenos de quem já falei, teimaram em acinzentar a minha noite que tinha começado bem colorida, protagonizando umas lamentáveis cenas de pancadaria dignas do mais rasca filme de Hollywood. Mas tudo bem, já testemunhei actuações bem mais lamentáveis. Só é pena que estes palhaços insistam em vir actuar no nosso palco favorito, à borla e sem ninguém os convidar, o que torna o espectáculo pouco apetecível e maçudo. Aliás, todo o mundo sabe que o que é à borla não tem valor.
A triste conclusão que podemos tirar deste episódio que, infelizmente, se vai tornando demasiado frequente, é que estas cenas em nada vêm ajudar à imagem da nossa freguesia e dos seus habitantes. Quero dizer com isso que, como todos vocês sabem e concordarão comigo, ser Valverdense não é propriamente sinónimo de ser um rapaz ou rapariga bem comportado.
Entristece-me até saber que pouco ou nada mudou desde a minha infância no aspecto da aura e fama que nos acompanha para todo o lado, cujo brilho e grandeza se revela na sua plenitude mal pronunciamos o local da nossa naturalidade. Constato que haverá ainda um longo caminho a percorrer e muito trabalho de marketing a fazer a fim de melhorar essa imagem negativa.
Triste nessas minhas lamentações a armar ao intelectual mas feliz por, finalmente, passar um fim-de-semana com os meus amigos e com o meu irmão, eis que tenho de levar com cenas deploráveis de manifestações primitivas por parte de um forasteiro com ar de indígena saído de uma história de mau gosto, que vêm poluir o ar que respiro e, mais grave ainda, insultar a minha dignidade, só pelo facto de existir. Como se não chegassem os Valverdenses para criarem má imagem deles próprios, ainda têm de vir estes palhaços acrescentarem pormenores inúteis a um quadro já bem castanho, tão castanho que só já falta mesmo juntar papel macio e carregar no botão.
Digo isto em tom de desabafo porque o mesmo palco onde esse palhaço actuou encontrava-se, como também já é habitual, partilhado por outros forasteiros com ar civilizado. Atendendo a que estes também devem ter sentido o seu bom gosto violado pelo idiota em exibição e pelo facto de serem geograficamente distantes, devem ter sido levado a pensar, por pura lógica evidente, que esse invertebrado viscoso e poluente fosse um elemento da nossa tribo.
O facto de poder ser inserido no mesmo universo que esse verme é para mim um insulto pior que todas as barbaridades que poderiam sair da sua boca nauseabunda. Se me fosse permitido, colocaria uma barreira electrificada letal que impedisse esses energúmenos imbecis de se aproximarem a menos de cinco quilómetros do nosso burgo, isso até que, pelo menos, a nossa imagem exterior fosse completamente purgada de tudo quanto é negativo.
Castiço, nem sequer era disso que queria falar hoje, mas tudo bem, falo depois que hoje já é tarde.
Aquele abraço

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