O agente Zé, foi incumbido de interceptar alguns traficantes da zona H, da cidade PXTO.
Com a sua Zundap, único veículo com cartão válido para abastecer em toda a frota da esquadra, este agente zeloso e cumpridor tenta levar a cabo a sua missão. Mas a sua tarefa revela-se mais complicada do que o previsto. Com efeito, montados nos seus Ferraris vermelhos, os traficantes conseguem disparar em alta velocidade, obrigando o nosso agente Zé a desistir da perseguição, visto o limite de velocidade imposto pelo Regime ser de 50 kms/hora naquela zona, e como o Zé é cumpridor e íntegro, não irá desrespeitar essas normas do Regime.
Na cidade XPTO, o Manel, colega de profissão do Zé, ao cabo de duas horas de perseguição com a sua B.T.T de ferro forjado, é obrigado a interromper a sua missão, visto o profissional do crime Alberto ter ultrapassado o limite do raio de acção do agente Manel, montado na sua acelera de 50 cm3.
O Manel tenta entrar em contacto imediato com agentes da outra força policial do Regime. Esperou mais de duas horas para transmitir os dados do Alberto e ainda terá que enviar por fax toda a informação relativa ao profissional do crime para que legalmente e dentro das normas impostas pelo Regime, estes possam actuar dentro da legalidade.
Entretanto prescreveu o crime e o Alberto está livre de continuar com o seu negócio.
No sector XY da cidade PXTO, debaixo de grande poder de fogo de foragidos, equipados com o último grito da metrelhadora automática, made in U.S.A, os amigos do Zé estão a preencher um formulário de acordo com a legislação em vigor imposta pelo Regime, de modo a obterem a autorização legal por parte das Chefias para ripostar.
Quatro feridos depois, o formulário é preenchido e enviado ao Comando , que por via da net, envia a sua autorização.
Já podem ripostar com as sua pistolas calibre 12 made in China.
Entretanto, os foragidos conseguem assaltar mais duas dependências, duas ourivesarias, três estações de gasolina e quatro moradias, fora os carjackings realizados para fugir, matando pela sua passagem dois estúpidos que lhes fizeram frente.
O agente Zé, o tal do início da história, que se encontrava numa das estações assaltada, disparou sobre um foragido em auto defesa, acertando-lhe mortalmente num órgão vital.
Azar o dele, pois esse disparo não está devidamente registado na nova lei do Regime e terá que responder por tão transloucado acto perante um tribunal e seus superiores., para além de ter que preencher o formulário DT por ter desperdiçado uma bala do Regime sem primeiro ter cumprido com as normas.
Enquanto aguarda pelo seu julgamento, terá que pedir desculpas públicas à família do foragido que era tido por todos como um bom rapaz, sensato, pacato e trabalhador.
Mas o pior é que deverá ficar sem 60% do seu vencimento até os factos serem todos apurados, pagar do seu bolso a bala desperdiçada e se quiser por termo à vida terá que utilizar arma própria, pois as do Regime necessitam de autorização superior para tal efeito.
Aguenta Zé!
VAI TOMAR OS MEDICAMENTOS!!
ResponderEliminarO suicidio nas forças policiais aumentou e tem tendência a aumnetar.
ResponderEliminarEnquanto o ladrão for herói e o agente o maui da fita isto será como esta história.
Amigo
Caro anónimo, poderei, se algum dia for necessário, tomá-los, mas esperemos que não seja o senhor o próximo a sofrer as consequências de um acto violento e ter que os tomar primeiro. Já imaginou a sua família a ser sujeita a um assalto na própria casa e sofrer actos de violência? Já se imaginou numa situação em que fica impotente, e no entanto, cheio de raiva porque está a ser sujeito a outro acto de violência em que não pode fazer nada? Se as forças policiais são ridicularizadas, desautorizadas está à espera de quem para o proteger? Do juíz que manda os criminosos para casa ao fim de um interrogatório? Da piedade do criminoso para com as suas vítimas? Pois, caro anónimo, quando não nos toca na pele é fácil brincar com as situações.
ResponderEliminarJá viu as imagens do amigo brasileiro com a pulseira electrónica no Brasil? Viu as notícias dos ourives assassinados? Viu a cara dos filhos da senhora assassinada na bomba de Santarém? Também têm que tomar os medicamentos? Infelizmente se calhar...
Para finalizar, pergunte lá aos familiares dos agentes suicidados o motivo para tal acto.
ResponderEliminarEsse Zé deve sonhar meter lá dentro quem cria essa burocracia. Mas calro, prender esses não pode ser e mesmo que fosse, sempre havia um amigo juiz para lhe dar uma gaiola dourada... Gostei do post, desculpa muita vez não comentar mas estes assuntos dão-me uma tal azia que as vezes tenho medo de disparatar. Abraço e continua que eu gosto...
ResponderEliminarO pior, é que esta ficção se aproxima da realidade. Em Portugal, os marginais encontram um autêntico paraíso para poder actuar a seu belo prazer, sabendo , que na maioria dos casos, só serão sujeitos a uma pequena entrevista com um qualquer juíz de uma das repartições de um qualquer tribunal. Até os delinquentes do Leste europeu já se aperceberam disso, assim como os brasucas da pesada. Não é ser racista, nem xenófobo, é uma realidade cada vez mais presente. Qualquer dia, se ninguém começar a pôr um travão nestas coisas, haverá uma verdadeira revolta social. Depois alguns génios políticos e sociólogos vão ficar muito admirados com o surgimento de milícias populares, tipo as que já se estão a constituir em Itália.
ResponderEliminarMiguel salvado