sexta-feira, 28 de julho de 2006

Mas que grande descoberta!

Amigos

Numa pequena pesquisa sobre Valverde na net, no âmbito do assunto do meu post anterior, descobri o site do senhor da fotografia. Pelos vistos andou pelas nossas modestas paragens e até teve alguma interacção com os locais. Permiti-me traduzir-vos uma pequena parte das suas crónicas que merecem uma leitura extensa. Aqui fica o site e em seguida a minha tradução de um treixo.


“ Luís () anuncia-me que amanhã, encontraremos um produtor de queijo da zona. Esperando, conduz-me até Valverde, aldeia onde vou habitar durante dois dias, numa pousada graciosamente posta à minha disposição por uma associação local. Escolho o meu lugar entre as cerca de trinta camas desocupadas do dormitório, ponho os meus magros víveres na bancada da gigantesca cozinha e, pelas 21 horas, desço ao bar tomar uma cerveja. Sobre um grande ecrã, um jogo de futebol. Aqui e ali algumas mesas ocupadas por jovens. No bar, um tipo jovial embrulhado em três camadas de vestuários começa-me a falar em inglês e francês. Evoca as lembranças que tem de Paris, cita os lugares que visitou, enfim todas as coisas que parecem maravilhosas ao viajante de passagem mas que, para mim que sou pouco apreciador das metrópoles, faltam brutalmente de interesse. Desligo rapidamente dele mas este recupera-me dizendo que é também guitarrista - cantor num grupo de música folk "tipo Bob Dylan, tás a ver?" . Quando me propõe de visionar o DVD de um concerto, aceito de boa vontade, curioso de ver o que dá o folk português. Palco investido de fumos, luzes móveis coloridas, público desenfreado – por pouco, parecia o live made in Japan dos Deep Purple... Mal reconheço o tipo que me moei a cabeça com os seus comentários. É uma mistura entre Steve Ray Vaughan e Bob Dylan, chapéu e casaco de camurça, botas à vaqueiro, não soa mal. O cantor, que não se cansa de elogios sobre as suas composições, chama-se Jerónimo. Quando o seu comparsa pianista me chamará à parte para me confessar que Jerónimo "loves himself", só poderei apenas sorrir de maneira entendida. Segue-se uma hora e um quarto de concerto e anedotas: tal canção faz pouco dos Portugueses emigrados em França que regressam ao país, orgulhosos e com uma linguagem franco-portuguesa muito trabalhada. Outra convida os políticos a vir beber o vinho da cooperativa vitícola da região en vez de governar tão mal o país. As pessoas no café cantam em coro o refrão: devo render-me à evidência, encontrei a Estrela local! Polido e paciente, espero o fim do vídeo para pedir licença os membros do grupo Jerónimo and the Cromagnons...”

E esta hein!!!!

5 comentários:

  1. Ya lembro-me do tipo, um verdadeiro e tipico "vou a todo o lado" andava a fazer um estudo ou trabalho sobre ovelhas????
    Pareceu-me ser um gajo bacano e humilde.
    Ganda doido.
    TU TAMBÉM APANHA-LAS TODAS .
    Bom trabalho de pesquisa.

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  2. É verdade, o rapaz pernoitou aqui na associação! Notei que estava um pouco cansado e queria descansar. Já nem me lembrava que tinha ficado a ver um dos concertos do Jerónimo. Todos sabemos que o Jerónimo gosta de mostrar o seu trabalho (o que é normal), mas concereza que ninguém o obrigou a ver! Respeito aquilo que escreveu mas não posso deixar de dizer que considero as suas frases deselegantes e indelicadas. É uma pena que as recordações que ele guarda da nossa terra se limitem a isto! Podia e devia mostrar um pouco de gratidão pela pessoa que (à sua maneira) mais se preocupou em recebê-lo bem!

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