Amigos!
Para aqueles que são demasiado novos ou esquecidos, venho por este meio recordar-vos que na próxima terça-feira há um feriado. Nesse dia não vamos trabalhar porque, entre outros mas principalmente, o Senhor da foto, há 32 anos, conduziu com sucesso um golpe de estado, derrubando um regime fascizoide instalado no poder havia mais ou menos 50 anos. Lembro os mais distraídos que esse pequeno episódio não foi há séculos mas sim há 32 anos. De certo que a maioria dos frequentadores deste espaço nem sequer eram nascidos quando aquilo aconteceu, mas gostava de sublinhar o detalhe, quase insignificante, de que o facto de poderem escrever ou mesmo simplesmente ler este modesto espaço de opinião só ser possível porque o Senhor da fotografia teve a coragem de fazer aquilo com que a maioria do povo sonhava - acabar com o regime.
Se este país não fosse tão policamente correcto e tão provinciano no modo como olha para ele próprio, o Senhor da fotografia seria, na próxima terça-feira, celebrado como um heroí nacional.
O heroí da fotografia é Salgueiro Maia. Espero que os historiadores do futuro lhe façam justiça. Quanto a todos nós, fomos demasiado rápidos a assimilar a Liberdade como um direito adquirido, sem responsabilidades, onde exigimos direitos mas esquecemos deveres.
Esquecemos muito rapidamento que antes da data que vamos celebrar havia poucos Salgueiros Maia e que todos aqueles que, depois, lhe vetiram a pele, não passam de impostores. Porque meus amigos, ainda hoje, os Salgueiros Maia são raros e adormecidos.
ALLEZ
um discurso muito lindo priminho.... mas nem toda a gente tem esse privilégio de ficar em casa na nostalgia deste dia... há mesmo quem trabalhe :(((( não há direito!!!! jokas
ResponderEliminarHá ,ainda,outros heróis. Mas agora temos aqui um dos mais importantes.Eu acho que Revolução é do feminino.Lê o que Sofia de Mello Breyner Andersen disse deste Capitão: « Aquele que na hora da vitória
ResponderEliminarRespeitou o vencido
Aquele que deu tudo e não pediu nada
Aquele que na hora da ganância
Perdeu o apetite
Aquele que amou os outros e por isso
Não colaborou com a sua ignorância ou vício
Aquele que foi “Fiel à palavra dada à ideia tida”
Como antes dele mas também por ele
Pessoa disse».
A mesma escritora/poeta(poetisa) escreveu:
25 de Abril
Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo.
Mas, também…
Revolução
Como casa limpa
Como chão varrido
Como porta aberta
Como puro início
Como tempo novo
Sem mancha nem vício
Como a voz do mar
Interior de um povo
Como página em branco
Onde o poema emerge
Como arquitectura
Do homem que ergue
Sua habitação.»
António Carlos