quarta-feira, 25 de janeiro de 2006

A solução?


Esta questão toda bateu-me um bocado fundo, porque sou um gajo discreto e apologista do entendimento pela via verbal, e só eu sei quantas vezes me chamaram totó por causa disso. Não consigo defender um parvalhão só porque é da minha terra. Não gosto de fundamentalismos. Mas neste caso, chamar-me fundamentalista é a mesma coisa chamar racista à velhinha que é assaltada cinco vezes por pessoas de côr. É racismo... porque não se lhe pode chamar mais nada.
Posto isto, julgo que há duas formas de combater esta invasão.
A primeira, e mais utópica, é que a malta jovem de Valverde se una de uma vez por todas. Como se consegue isto? Não é trabalho nosso. É trabalho das instituições da nossa terra promover actividades "viradas para dentro" para que se construa uma identidade confortável para quem a enverga. Os escuteiros conseguiram isso durante muitos anos, hoje em dia não sei como estão as coisas porque me afastei há algum tempo. A Ajuval tem desempenhado funções importantes nessa àrea, mas nada se consegue de um dia para o outro. E que mais não seja apresenta o seu espaço como alternativa nos tempos de lazer, e como os próprios dizem, com toda a razão: "Só lá não vai quem não quer." A Junta de Freguesia poderá, eventualmente, contribuir para esta revolução social.
A segunda hipótese, e mais "Stallone", é tratar mal os invasores... Mas isto levanta problemas. Como se faz a distinção entre o trigo e o joio? Quem diz que um é digno "de entrar em nossa morada" e o outro não? Se vamos desatar à sopapada a tudo quanto nos chateia vamos acabar a pedir desculpas a um qualquer porque o gajo que ficou sem dentes era amigo dele... Merda da democracia!
A diferença pode ser feita a nível pessoal, nunca a nível colectivo. Eu não dou confiança a cromos, se não gosto de alguém não passo charuto e pronto, assunto encerrado. Mas também não consigo fazer com que o meu amigo deixe de falar com o amigo dele porque é um parvo. Eu também tenho amigos parvos, mas não o são quando estão na minha terra.
A verdade é que sempre me passeei pelo concelho em tudo quanto que eram festas e bares e nunca me tocaram porque o nome "Valverde" causa medo. Por isso é que os cromos arrebitam cachimbo por tudo e por nada, para provar que são machos o suficiente para armar confusão em Valverde e sair intacto.
O que me mói o juízo é saber que esta questão do saber estar, do ser educado, cosmopolita tem os dias contados... Porque a escumalha não se verga com palavras, e a estupidez só se cura em gerações.
A violência não é resposta, mas há-de vir a ser.

1 comentário:

  1. Radical! Soltou as garras! As tuas soluções se calhar não são as melhores mas penso que a solução também passa por ai, principalmente pela primeira opção. De facto se a malta jovem participasse em mais coisas que não envolvam copos e porros talvez se conseguia algo. De dia tam´bém há vida :D

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