A realidade desportiva de Valverde sempre foi um marco activo e valorizado ao nível regional. A freguesia detém de uma grande taxa de «natalidade» e (ou) «População Jovem» que lhe dá uma afirmação concelhia ao mais alto nível. Acrescentando a esta constatação, o facto de ser uma das, ou mesmo a maior, ao nível populacional e geográfico. Também é a que nas últimas décadas verificou um crescimento urbanístico considerável.
Com todos estes factores importantíssimos para o desenvolvimento e prosperidade de uma qualquer “Identidade-Social” só nós torna ainda mais orgulhosos a ela pertencer-mos.
Mas aquilo que me proponho analisar e colocar ao debate (que espero construtivo), será saber:
«Até que ponto os novos equipamentos desportivos que foram construídos nos últimos anos (a titulo de exemplo o Campo de Futebol e um Pavilhão Multidesportivo) facilitaram o acesso e mobilizaram as camadas mais jovens e menos jovens, a aceder a equipamentos modernos que lhes permitissem desenvolver diversificadas actividades desportivas»
Ora, se bem me lembro a primeira infra-estrutura a ser criada de raiz para esse fim foi, o memorável/saudoso, “Ringue”, que conjuntamente com um ‘velhinho’ campo de futebol compunham os equipamentos desportivos existentes a alguns anos a esta parte. Tais equipamentos para além de darem suporte a actividades como o Atletismo, Futebol, etc. eram de acesso totalmente livre o que permitia que qualquer jovem ou grupo de jovens desenvolvessem nesses espaços livremente actividades desportivas ou de lazer, peculiares dessas idades.
Constatação:
Ao longo dos anos sempre se constatou (e isso penso que é inquestionável e de opinião geral) que o futebol mereceu sempre por parte das entidades locais e colectividades, um maior apoio. Tal facto apenas não é passível censura. Mas como as entidades e colectividades nunca apoiaram verdadeiramente com afã as outras actividades, elas como já eram a partida efémeras, acabaram por morrer. Refira-se a título de exemplo o caso do Atletismo que detinha nos últimos anos da sua existência de grandes atletas, que por falta de apoios superiores (julgo), acabaram por ser transferidos para outras colectividades concelhias onde acabaram por se consagrar. (Aproveito a deixa para deixar a minha homenagem a Sr.ª D.ª Maria da Luz, em virtude de ter sido um ‘pilar mestre’ durante muitos anos à subsistência do Atletismo como actividade desportiva e de me ter a mim e a muitos outros jovens deixado momentos memoráveis para o resto da vida. A ela o meu mui Obrigado. )
O Contemporâneo:
Mais uma vez, numa atitude “de quando queremos somos capazes”, as Entidades uniram esforços e conseguiram uma proeza. A de aquisição de um terreno e construção de um Campo de Futebol de raiz com excepcionais condições para a prática de Futebol.
Como se tal facto não demonstra-se tamanha proeza para uma aldeia do interior profundo foram passados alguns anos capazes de unir novamente esforços e construir de “raiz” um Pavilhão Multidesportivo na qual se destaca a principal função a da prática de Futsal.
Conclusões:
Podemos aferir facilmente que ouve nos últimos anos um acréscimo, bastante substancial, de investimentos em equipamentos desportivos.
A questões que me parecem ser pertinentes colocar serão as de “Livre acesso a esses equipamentos”. Ora se antigamente todos os jovens quisessem jogar bola (por ex.) podiam ir para o campo de futebol antigo ou então para o Ringue em contraposição neste momento quem quiser jogar a bola vai para onde??? O campo de Futebol esta vedado e fechado a sete chaves, do pavilhão, fora dos dias de jogos, como se lá entra!!? Então deixamos as crianças a jogar na rua perto de estradas e vulneráveis a qualquer incidente, que mais do quer certo ainda não passou a tragedia por obra talvez divina!!!?
O exercício livre e não condicionado, espontâneo facilita um crescimento saudável das crianças em síntese a isso chamamos «brincar». Condicionar o acesso a esses recintos tornou-se a meu ver um empobrecimento notável da prática livre de desporto, mesmo tendo em conta a qualidade dos novos recintos e o reconhecimento indiscutível pelos esforços das entidades competentes nesta matéria.
Á que tornar público a forma de acesso livre a essas infra-estruturas… Tal acesso terá que obrigatoriamente ser gratuito ou tendo em conta a situação socio-económica dos seus utilizadores. Tal acesso não pode ser burocrático se não chegamos ao ponto de perguntar as crianças e seus utilizadores “Em que dia e hora é que quer ir brincar, ou jogar a bola, etc.?!?”
Não posso porem acreditar nem sequer tolerar que a informação que anda na boca do povo, a da utilização do novo pavilhão custe 20€ POR HORA!!! Tal facto é totalmente inverosímil (mesmo que se levantem vozes dizendo que a abertura de tal espaço tem custos. Sempre se poderá perguntar a essas vozes o porquê então do soterramento do ringue. Ou será que se constrói equipamentos para estratificar ou tornar o acesso elitista? Julgo que quem de direito terá que esclarecer esta situação.
Ora deixo as presentes questões em apreço, que devem ser discutidas num sentido construtivo de maior aproveitamento e racionalização dos equipamentos que devem estar disponíveis a toda a comunidade de forma organizada (torneios) ou não (a cada cidadão). Porque são de Direito Público e não de Privado.
Ass. Luís Gonçalves