terça-feira, 25 de abril de 2006

Até qu'enfim...

Apesar de pouco abonados em motivos arqueológicos (pelo menos, do que se conhece até hoje), existe uma cultura viva que é urgente preservar, e, acima de tudo, dar a conhecer não só às gerações vindouras, como também a quem nos visita e pretende compreender as nossas raízes.
Apesar da relatividade que o próprio adjectivo indica, "ilustres" pessoas nascidas ou que tivessem vivido na nossa freguesia, são normalmente tratadas com desdém ou indiferença, ou tão só esquecidas simplesmente por questões meramente tacanhas de uma insensatez que só "terras madrastas" conseguem ter para com os seus próprios filhos.
Vem isto a propósito, por em ambos os casos acima citados, terem sido feitas obras de estimado valor que nos enobrecem enquanto cidadãos de Valverde: o Museu Etnográfico do Rancho Folclórico de Valverde e a Casa-Museu D. João de Oliveira Matos. Se, quanto ao primeiro ainda é possível visitar aquando de mais um aniversário do R.F.V. - e que cujo valor etnográfico é valiosíssimo - já no caso da Casa-Museu, inexplicavelmente permanece encerrada, depois de uma apoteótica inauguração onde não faltaram digníssimas individualidades, publicidade q.b., incluindo placas indicatórias da respectiva no centro da cidade do Fundão.
Por razões que me ultrapassam, sejam elas pessoais, económicas, culturais, eleitoralistas ou outras, na verdade quem fica a perder é a povoação e a população de Valverde.

Soviéticos do mundo, uni-vos!

4 comentários:

  1. Catano! Até que enfim que há um post teu e, ainda por cima, de qualidades temática e literária irrepreensíveis. Tens toda a razão, nunca falei no assunto mas pessoalmente sou um dos cidadãos de Valverde que nunca teve o privelégio ou prazer de visitar algum desses dois equipamentos. Porque será? Interesse tenho...
    Mega abraço amigo!

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  2. F...., demorou mas lá apareceste e logo a bater nos famosos meninos da paróquia.
    Aparece mais vezes.
    Abraço

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  3. No país dos sacanas de Jorge de Sena


    Que adianta dizer-me que é um país de sacanas?
    Todos o são,mesmo os melhores,às suas horas,
    E todos estão contentes de se saberem sacanas.
    Não há mesmo melhor que uma sacanice
    Para poder funcionar fraternalmente
    A humidade de próstata ou das glândulas lacrimais,
    Para além das rivalidades,invejas e mesquinharia
    Em que tanto se dividem e afinal se irmanam.




    Dizer-se que é de heróis e santos o país,
    A ver se se convencem e puxam par acima as claças?
    Para quê ,se toda sabe que só asnos,
    Ingénuos e sacaneados é que foram disso?

    Não, o melhor seria aguentar ,fazendo que se ignora.
    Mas claro que logo todos pensem que isto é o cúmulo da sacanice,
    Porque no país dos sacanas ,ninguém pode entender
    Que a nobreza ,a dignidade, a independência,a
    Justiça, a bondade ,etc., etc., sejam
    Outra coisa que não patifaria de sacanas refinados
    A um pontoque os mais não são capazes de atingir.
    No país dos sacanas ,ser sacana e meio?
    Não, que toda a gente já é pelo menos dois

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  4. A meu ver, os museus estão fechados porque não há dinheiro nem disponibilidade de alguém para os ir abrir nem que seja nos domingos à tarde. O único exemplo do voluntariado necessário aconteceu andava eu na escola primária, quando o Carlos, filho da Sra. Zulmira (a quem desde já agradeço) se encarregou de manter aberta a pequena biblioteca que funcionava no edifício da Junta de Freguesia. E nessa altura havia essa biblioteca e ainda a Itinerante da Calouste Gulbenkian. Interessante seria reabrir essa modesta mas utilíssima biblioteca de Valverde. Onde andarão os livros? Se ainda existem acho que a Junta de Freguesia os devia ceder à Ajuval que é, neste momento, o único organismo com condições próximas de poder arranjar um cantinho para que estejam disponíveis à canalha.
    Os museus? Olha, pá, tanto se me dá, como se me deu... Mas podiam tê-los mantido abertos mais um tempito, eu também não os cheguei a visitar. Por preguiça.

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